segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma Janela Aberta Para Amar...



A janela estava aberta, com vista sobre o Rio Tejo nocturno.

Eu estava encostada a fumar um cigarro e a saborear um "vodka on the rocks", enquanto observava as pinceladas de claridade deixadas pelas longínquas luzes da outra margem.

O meu pensamento voou... percorreu caminhos imaginários enquanto os meus ouvidos se tentavam concentrar em palavras soltas de um conjunto de gente que me rodeava, ou no som de música que cirandava pela sala... eu estava ali, encostada à janela e, contudo, estava tão distante...

Num inconsciente consciente, senti o toque quente de uma mão na minha cintura e, ainda antes de te ver, já sabia que eras tu, meu Príncipe Mistério!

E num cenário perfeito e equilibrado, oiço-te dizer que difícil é falar sobre Amor... e eu que em tudo o que digo, é de Amor que falo!

Durante séculos e séculos... e séculos, muitos foram os que escreveram sobre AMOR... mas mais foram os que PERDERAM TEMPO a explicá-lo em vez de, na realidade, senti-lo!

E portanto eu não vou falar DE Amor... eu vou, sim, escrever COM Amor! Simplesmente porque se há coisas sem explicação, o Amor é uma delas!

É... começa mesmo antes de começar e depois, não acaba...
É mais do que um "SEMPRE", é um "ETERNO"!

E no Amor, Meu Príncipe:
Há um inexplicável bem-estar;
Há um desconhecimento entendido;
Há um arrepio em cada tonalidade de voz;
Há um olhar transparentemente assustado;
Há um ligeiro tremor na alma;
Há um pequeno nó no estômago que impede de respirar calmamente;
Há um suave suor na palma da mão;
Há um enorme campo magnético que atrai...

E no meio do receio, do saudável medo...
Há apenas uma vontade enorme de deixar tudo FLUIR sem racionalizar em demasia o sentimento...

Porque eu não quero perder tempo, como os outros todos, a dizer o que sinto... eu quero, tão só, senti-lo!

Ou então fugir para uma galáxia onde a PAIXÃO, compreensão, devoção e muitas outras palavras terminadas em -ão dêem real significado ao sentimento AMOR e não à palavra FÚTIL!

Meu Príncipe, difícil não é falar sobre Amor, é deixá-lo acontecer...
Encerrarás em ti o medo de magoar?
Encerrarás em ti o medo de sofrer?

Hmm... Eu não te faço mal... aliás, é somente BEM que eu te posso fazer!
E encerrarei em mim a FORÇA de arriscar!
E para ser perfeito, temos de ser dois!

Este é o meu PRÍNCIPE MISTÉRIO!

sábado, 17 de abril de 2010

A Menina Loira Que Acredita



Era uma vez uma menina linda, de cabelos loiros, pele branca e olhos verdes.
Olhava à sua volta e via alegria e felicidade em cada flor, em cada raio de sol, em cada nuvem branca, em cada grão de areia, em cada rajada de vento...
E foi crescendo FELIZ...

E cresceu a aperceber-se que ACREDITAR é a maior prova de amor que pode dar!
Mas cresceu a perceber que está só... que é quase a única pessoa que acredita!

A menina loira, de pele alva e olhos verdes não baixou a cabeça e cresceu a acreditar nas pessoas... sem JULGAMENTOS; a aceitá-las, com as suas qualidades e acima de tudo com os seus defeitos!
Mas rapidamente sentiu o abuso da sua confiança cega... Magoam-na, insultam-na, mentem-lhe, ignoram-na...
Mas ela continua a acreditar nas pessoas... não nestas, mas em todas as outras que se cruzam neste UNIVERSO imenso...

Esta menina também erra... tantas e tantas vezes... afinal, NÃO é PERFEITA!

Mas esta menina, agora MULHER, de cabelos negros, pele alva e olhos esverdeados, não quer deixar de acreditar nas pessoas... mesmo depois de todo o sofrimento que esta certeza lhe traz...
Porque esta mulher não quer transformar-se num ser rancoroso e azedo, com uma perspectiva negra e derrotista da humanidade!
Ela quer continuar a acreditar... assim como podem sempre acreditar no que os seus OLHOS e a sua ALMA reflectem!
Porque esta mulher não quer transformar-se numa pessoa NORMAL!

E não vai... a menos que o normal seja ACREDITAR!

Este é o meu PRÍNCIPE MISTÉRIO!

A Morte: Separação ou União



Morte (s.f.): acto de morrer; o fim/cessação da vida.

Já todos nós ouvimos aquele velho ditado: "Longe da vista, Longe do coração!"
Mas será que o que não se vê... não se ama? Não se sente falta?
Não é assim, pois não?

E a maior perda de todas dá-nos outra explicação: a morte da pessoa amada!

Consigo ESQUECER-TE só porque já cá não estás fisicamente?
Não ficarás tu ainda mais presente na minha vida?

Ficam as tuas roupas, os sapatos, os objectos pessoais... as tuas cartas e os mails escritos, o post-it com a lembrança de última hora... a tua letra escrita há horas, dias, meses... ANOS ATRÁS!

Acordo, vivo e adormeço a PENSAR EM TI! Ainda oiço a tua VOZ, não é? E o toque? Ainda sinto o aperto do teu ABRAÇO... E o teu CHEIRO nos lençóis da minha cama!
Vejo o teu SORRISO em cada canto da minha casa... E o sabor do teu BEIJO nos meus lábios!
Ainda estás aqui, ao pé de mim... os meus SENTIDOS assim o confirmam!

E os teus defeitos... que em dias de amargura, pareciam odiáveis... agora são tão só virtudes... AMO-TE TANTO como da última vez que estiveste materialmente ao meu lado... A Morte separa a matéria, nunca a ALMA... essa é ETERNA!

E no entanto as minhas lágrimas correm como se tivesses ido embora... por vontade tua!
"-Porque me deixaste?"... não é esta a pergunta que fazemos sempre que perdemos alguém... até para a morte?

Eu sei que ainda não chegaste... mas também sei que, quando partires, a morte nos unirá mais do que nunca: unirá mais do que o nosso corpo... será a UNIÃO da nossa alma como uma só!

Este é o meu PRÍNCIPE MISTÉRIO!

domingo, 11 de abril de 2010

A Era da Comunicação... ou Não!



Telefone, telemóvel, Iphone, chat, redes sociais... e muitas mais são as possibilidades para comunicarmos... mas será que comunicamos mais... ou antes, será que as comunicações interpessoais têm mais qualidade?

Agora que me perguntas isso... olho à minha volta e a resposta é NÃO... mais quantidade de alternativas para comunicar, mas qualidade... essa NÃO existe!

Vejo separações e divórcios a acontecerem por essa razão;
Vejo relações baseadas em dinheiro, estabilidade, filhos... mas não em AMOR... porque o amor pressupõe comunicação... e as pessoas dizem coisas, mas já não conversam umas com as outras!

Pensam, dizem por trás, remoem... mas na altura de olhar para alguém e dizer o que lhes vai na alma... não sai nem uma palavra!
Depois... depois... é bem mais fácil enviar um mail, um sms e... para os que se dão mais ao trabalho, deixar um bilhete numa almofada a dizer: “Eu vou, mas não volto!”... é tão fácil!

São apenas letras, palavras, frases escritas... sem o olhar magoado, triste; sem as lágrimas quentes a escorrer pela face; sem ter de ouvir numa voz quase surda um “Não vás...” ou um “O que é que aconteceu?...” ou ainda um “Eu não entendo...”!

E pensando nisso...sinto-me DESAJUSTADA NESTE SÉCULO em que prevalece sempre a quantidade à qualidade! Sinto-me a EXCEPÇÃO, em vez da regra!

Eu adoro pensar, repensar, analisar, dissecar e depois... dizer coisas, falar e finalmente... mesmo CONVERSAR!
Conversar sobre o dia-a-dia... a actualidade; sobre música, cinema, teatro; sobre sofrimento, sobre amizade, sobre amor...

Mas gosto de fazê-lo com os meus amigos, os meus quase amigos, os meus conhecidos, a minha família... bem À MINHA FRENTE: ver reacções, gestos, olhares, sorrisos, raivas, lágrimas, arrepios...

...tudo aquilo que não se tem por mail, telefone, chat, telemóvel...

... tudo aquilo que no nosso século ASSUSTA mais de metade das pessoas... a incapacidade de aguentarem um sofrimento causado por elas próprias, por puro egoísmo... a incapacidade para assumirem os seus actos firmemente... a incapacidade para comunicarem!

Eu uso mails, chats, telemóveis, telefones e redes sociais... mas não sou apegada a nenhum deles, como bem sabes... e na altura de dizer algo REALMENTE IMPORTANTE é a mim, em CARNE E OSSO, que vais ver à tua frente! Aguentas?

E eu quero voltar a OLHAR PROFUNDAMENTE para os olhos de alguém e dizer um “Eu amo-te!”... não pensando que um dia terei de dizer, olhando para os mesmos olhos, um “Acabou!”...

... Mas se tiver de ser... assim o farei!

Este é o meu PRÍNCIPE MISTÉRIO!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Razão Do Nome: Príncipe Mistério e o Recomeço


Ainda existem Príncipes, sabias?
Não como os ouvíamos em criança, nas histórias de encantar... nem mesmo como os sonhámos em adolescente... mas existem!
E também não são perfeitos... são, antes, estranhos! (Mas eu gosto do que é estranho!)
São atenciosos com requintes de malvadez; pedras de gelo carinhosas; atentamente desatentos; estranhamente indecisos nas suas certezas... eles são, tão só, humanos!
E não, lamento... a história não termina com um "... e foram felizes para sempre!"... a história dura o que tiver de durar... e termina quando tiver de terminar! É aí que entra o Recomeço!
O meu Recomeço...
O meu Príncipe Mistério apareceu e desapareceu fugazmente... mas foi decisivo para este meu Recomeço! (Obrigada, meu Príncipe, sem ti nunca teria sido capaz!)
O Impulso finalmente sobrepôs-se à Razão... aventurei-me e venci!
Venci medos, pressões, dúvidas, habituações, certezas, obstruções, sofrimentos, prisões... abri o meu coração... entreguei-me de corpo e alma... e [quase] posso dizer que finamente... sou LIVRE!
Não quero saber do que os outros pensam, não quero saber dos que me odeiam, não quero saber dos que me são indiferentes... quero, sim, AMAR quem me ama... e dispensar-lhes todo o tempo do mundo, o meu tempo... ATÉ QUE A MORTE NOS VOLTE A UNIR!
Toda a vida é feita de recomeços...

Este é o meu PRÍNCIPE MISTÉRIO, este é o meu RECOMEÇO!